Banco é condenado por falta de critério no pagamento de gratificação especial e seguro de vida
Uma instituição bancária foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar gratificação especial a uma ex-empregada e a manter o seguro de vida e assistência médica dela pelo prazo de um ano após o término do contrato de trabalho, nos mesmos moldes concedidos aos demais empregados. Tudo porque ficou demonstrado que o banco concedia esses benefícios apenas a alguns funcionários no momento da dispensa, sem observar critérios objetivos para tanto.
Na visão do juiz Gastão Fabiano Piazza Júnior, que julgou a reclamação da trabalhadora na 15ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte (MG), a conduta do empregador violou o principio da isonomia previsto nos artigos 5° e 7º, XXX, da Constituição Federal. Os dispositivos preveem, respectivamente, a igualdade de todos perante a lei e a proibição de diferença de salário para o trabalho de igual valor.
Com base em documentos, o juiz constatou que os benefícios eram ofertados sem quaisquer critérios objetivos. Como exemplo, apontou um empregado que foi admitido em 2003 e dispensado em 2010, tendo recebido a quantia de R$ 51.538,44 a título de gratificação especial. Por sua vez, um outro, contratado em 1984 e dispensado em 2012, recebeu R$ 58.165,20. O magistrado observou que a empregada trabalhou no banco por 20 anos.
O juiz também não apurou qualquer critério relacionado às tarefas desenvolvidas. Conforme observou, a grande gama de funções, cargos e lotações que autorizaram o pagamento da parcela apenas reforça a ideia de que a benesse era paga de forma absolutamente aleatória. Ele também não encontrou nenhum argumento do bando que pudesse justificar a manutenção do benefício do seguro de vida e assistência médica por um ano após a rescisão contratual para apenas alguns empregados.
Para o magistrado, o pagamento não poderia ter se dado por mera liberalidade, em razão de condições especiais e personalíssimas, por ausência de qualquer norma interna nesse sentido, contrariamente ao que alegou o réu. No seu modo de entender, cabia ao banco demonstrar os critérios adotados, não se justificando a diferenciação de tratamento dispensado à trabalhadora.
Nesse cenário, a instituição foi condenada ao pagamento da gratificação especial e também a manter o seguro de vida e assistência médica pelo prazo de um ano após o término do contrato de trabalho, nos moldes concedidos aos demais empregados. Com informações do TRT-MG.
Fonte: Previdência Total