Receita faz operação em Florianópolis para combater fraudes na declaração de dinheiro em espécie

Em Santa Catarina, 621 pessoas declararam ter, cada uma, R$ 1 milhão ou mais guardados dentro de casa.

 

No ano de 2017, 621 pessoas em Santa Catarina declararam ter, cada uma, R$ 1 milhão ou mais guardados dentro de casa. Outras 41 mil disseram que têm, pelo menos, R$ 100 mil em espécie. A Receita Federal em Florianópolis vai deflagrar uma operação para checar a idoneidade desses contribuintes. A suspeita é que possa haver corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação.

“Até pelos números de dinheiro circulante, não é possível que esse dinheiro esteja em casa, do ponto de vista econômico mesmo, pela segurança, não faz sentido”, disse a auditora fiscal Roseli Fabrin.

A operação, chamada Tio Patinhas, terá início na próxima semana. No primeiro momento, estarão na mira dos auditores fiscais catarinenses de 73 cidades que fazem parte da área de cobertura da delegacia da Receita Federal de Florianópolis.

“O mais grave é corrupção, desvio de recursos públicos. “Também temos casos de preparação para sonegação futura, em que você cria um colchão para esconder variação patrimonial descoberta futura”, disse o auditor fiscal Rogério Penna.

Critérios técnicos vão ser levados em conta na hora de selecionar quem vai ser fiscalizado. Essa pessoa poderá ter altos valores ao alcance das mãos, mas terá que provar de onde veio o dinheiro.

“Não pode estar sozinho, tem que estar acompanhado do contador ou de seu advogado. Vão ter todos os cuidados na execução dessa operação”, declarou Roseli.

Os auditores vão na casa de cada contribuinte para contar o dinheiro. A operação deve durar até o fim do ano, e servirá como uma espécie de teste para Receita Federal, que está criando sistemas pra fiscalizar melhor esse tipo de contribuinte.

E, a partir deste ano, qualquer movimentação com valores acima de R$ 30 mil precisa ser declarada no Imposto de Renda.

“Vamos expandir esse trabalho, em toda a região, inclusive nas delegacias, e depois certamente para outras delegacias, outras unidades da receita que vão passar também a atuar e verificar esses valores”, disse Saulo Figueiredo Pereira, delegado da Delegacia da Receita Federal da capital.

Fonte: G1

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