Previsões do mercado para principais indicadores econômicos continuam piorando

Os economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central estão cada vez mais pessimistas em relação à economia brasileira. No relatório Focus de ontem, o mercado financeiro reduziu, mais uma vez, as previsões para o crescimento do país. Para este ano, os analistas diminuíram a alta esperada do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,15% para 5,04%. Há quatro semanas, a estimativa era de 5,28%. A previsão para 2022 passou de 1,93% para 1,72%. Quatro semanas atrás, a expectativa era de 2,04%.

Além disso, os especialistas elevaram pela 23ª vez seguida a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, agora de 7,58% para 8%. O número está bem acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,35% para 2021. Em 2022, a inflação deverá ficar em 4,03%. Com a inflação em trajetória de alta, devem subir também os juros. Para os agentes do mercado, a taxa básica da economia, a Selic, terminará 2021 em 8% ao ano. Atualmente, a taxa está em 6,25%.

Na avaliação do professor de finanças do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UnB Bruno Ramos, o governo perdeu muito tempo com rixas desnecessárias. “O governo não aproveitou o momento de um melhor controle da pandemia. Poderia ter havido uma retomada no segundo semestre, mas pautas pessoais do presidente Jair Bolsonaro foram mais enfatizadas que as de Estado. Isso afetou bastante os indicadores, e não vejo melhora daqui até o fim do ano”, disse. O economista observou que a crise hídrica e as perdas agrícolas pressionaram o índice recentemente.

Para o economista da FGV Mauro Rochlin, o dólar caro também tem impacto direto na inflação. “Se tivéssemos um dólar a R$ 4,80, haveria um ambiente de maior segurança e isso ajudaria o investidor estrangeiro a se manter aqui”, avaliou.

Fonte: Correio Braziliense

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