Política Econômica fala sobre congelamento de salários do funcionalismo

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, admitiu nesta terça-feira (14) que, diante da crise do coronavírus, a possibilidade de reduzir os gastos com o funcionalismo público tem que entrar no radar do governo e da sociedade brasileira. 

 
Em live com o mercado financeiro, promovida pela XP Investimentos, Sachsida alegou que todos os brasileiros devem dar a sua contribuição nesse momento de desaceleração econômica. E disse que, por isso, está na hora de pensar no congelamento de salários de algumas categorias do funcionalismo público.
 
“Quando falo abaixar, não é cortar salário. É uma discussão honesta. Tem algumas carreiras que realmente merecem reajuste, porque estão muito defasadas. Mas tem carreira que a pessoa entra ganhando R$ 15 mil, $ 20 mil, R$ 30 mil. Então, não é tão complicado assim passar um ou dois anos sem reajuste, até porque a inflação está baixo”, defendeu Sachsida, dizendo que está é uma “contribuição honesta” que “tem que entrar no radar”.  
 

“Questão moral”

 
Sachsida levantou essa questão dizendo que, diante do atual momento de crise, é preciso pensar em medidas econômicas, mas também em questões morais. “Nos lares em que mais da metade da renda vem do setor informal, a renda caiu de 70% a 80%. O desemprego está subindo a passos largos. Então, será que está correto algumas pessoas não perderem emprego e manterem salários?”, começou o secretário, dizendo logo depois que, diante disso, é preciso “olhar com muita atenção a questão do funcionalismo público”.
 

“Olha o sofrimento que está na sociedade. Quantos não estão com medo de perder o emprego? Quem não tem um parente em situação delicada? O exemplo tem que vir de cima”, emendou Sachsida, destacando que é servidor de carreira e que, por isso, também poderia ser atingido por eventuais projetos de corte ou congelamento de salários do funcionalismo. “Em um povo unido, todos precisam dar a sua contribuição”, alegou.

 
Voltando à questão econômica, Sachsida lembrou ainda que a despesa com o funcionalismo representa o terceiro maior gasto do governo brasileiro hoje em dia. “O ministro Paulo Guedes já deixou claro que o Brasil tem três grandes contas: a conta de Previdência, a conta de juros e agora é a terceira ponta que temos que abaixar, que é a do funcionalismo público”, disse, lembrando que as reformas já atacaram os gastos com Previdência e com os juros da dívida pública.
 
 
 

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