PNAD Contínua tri: taxa de subutilização da força de trabalho é de 24,7% no primeiro tri de 2018

No primeiro trimestre de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial) subiu para 24,7%, o que representa 27,7 milhões de pessoas. Essa é a maior taxa de subutilização na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. O contingente de subutilizados também é o maior da série histórica.

Bahia (40,5%), Piauí (39,7%), Alagoas (38,2%) e Maranhão (37,4%) apresentaram as maiores taxas de subutilização e as menores taxas foram em Santa Catarina (10,8%), Rio Grande do Sul (15,5%), Mato Grosso (16,0%) e Paraná (17,6%).

A taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2018 no Brasil, divulgada em 27/04, foi de 13,1%. Em relação ao 4º trimestre de 2017, a taxa de desocupação subiu em todas as regiões: Norte (de 11,3% para 12,7%), Nordeste (de 13,8% para 15,9%, as maiores entre as cinco regiões), Sudeste (de 12,6% para 13,8%), Sul (de 7,7% para 8,4%) e Centro-Oeste (de 9,4% para 10,5%). Na comparação anual, a taxa recuou em todas as regiões.

No 1º trimestre de 2018, as maiores taxas de desocupação entre as unidades da federação foram: Amapá (21,5%), Bahia (17,9%), Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%). As menores taxas foram de Santa Catarina (6,5%): Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).

O contingente de desalentados, no primeiro tri de 2018, foi de 4,6 milhões de pessoas, o maior da série histórica. No último tri de 2017, esse contingente era de 4,3 milhões de pessoas. A taxa de desalento, no primeiro tri de 2018 ficou em 4,1% da força de trabalho ampliada do Brasil, a maior da série histórica. Entre as unidades da federação, Alagoas tinha a maior taxa de desalento (17,0%) e Rio de Janeiro e Santa Catarina, a menor (0,8%, ambos).

Os menores percentuais de empregos (exceto domésticos) com carteira de trabalho assinada na iniciativa privada, estavam nas regiões Nordeste (59,7%) e Norte (62,9%) e o maior, no Sul (83,3%).Apenas o Norte apresentou expansão dessa proporção em relação ao 1º trimestre de 2017 (de 59,9% para 62,9%), enquanto as demais registraram queda.

No Norte (32,4%) e no Nordeste (29,0%) o percentual de trabalhadores por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. Já as Regiões Sudeste (70,5%) e Centro-Oeste (70,1%) apresentaram participação maior de empregados. O material de apoio desta divulgação está na coluna à direita.

Contingente de desalentados no Nordeste corresponde a 60,6% do total nacional

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Ela faz parte da força de trabalho potencial.

No Brasil, no primeiro trimestre de 2018, essa população chegou a 4,6 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica, iniciada em 2012. Do total de desalentados do país, 60,6% estavam no Nordeste (2,8 milhões e pessoas). Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (805 mil) e Maranhão (430 mil).

A taxa de desalento, no primeiro trimestre de 2018 ficou em 4,1% da força de trabalho ampliada do Brasil, 0,2 p.p. acima da observada no último trimestre de 2017. Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desalento fora em Alagoas (17,0%) e Maranhão  (13,3%), e as menores no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, (0,8%, ambos).

A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior, somadas às pessoas desocupadas) foi de 19,1%, no primeiro trimestre de 2018, o que representa 6,2 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 13,7 milhões de desocupados. Essa taxa foi a maior da série histórica, iniciada em 2012 (15,3%). No 4º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 18,0% e no primeiro trimestre de 2017, de 18,8%.

A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 19,2% no primeiro trimestre de 2018, o que representa 21,5 milhões de pessoas. No 4º trimestre de 2017, essa taxa foi de 17,8% e no primeiro trimestre do ano passado, 19,3%.

Medidas de Subutilização da força de trabalho – série histórica – Brasil (%)
Trimestres Taxa de desocupação Taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas Taxa combinada de desocupação e força de trabalho potencial Taxa total da subutilização da força de trabalho Taxa de desalento da força de trabalho ampliada
2012 1T 7,9 15,3 14,0 20,9 1,9
2T 7,5 14,1 12,7 18,9 1,9
3T 7,1 12,7 11,7 17,1 1,9
4T 6,9 12,3 11,5 16,7 1,9
2013 1T 8,0 13,4 12,7 17,9 2,0
2T 7,4 12,7 11,8 16,8 1,8
3T 6,9 11,9 11,2 16,0 1,8
4T 6,2 11,1 10,2 14,9 1,6
2014 1T 7,2 11,8 11,1 15,6 1,5
2T 6,8 11,3 10,6 14,9 1,4
3T 6,8 11,3 10,5 14,8 1,4
4T 6,5 11,2 10,4 14,9 1,5
2015 1T 7,9 12,8 11,9 16,5 1,6
2T 8,3 13,5 12,2 17,2 1,6
3T 8,9 14,4 12,8 18,0 1,8
4T 9,0 13,0 13,5 17,3 2,5
2016 1T 10,9 15,0 15,4 19,3 2,7
2T 11,3 16,0 16,4 20,9 3,0
3T 11,8 16,5 16,8 21,2 3,3
4T 12,0 17,2 17,4 22,2 3,5
2017 1T 13,7 18,8 19,3 24,1 3,7
2T 13,0 18,6 18,5 23,8 3,6
3T 12,4 18,5 18,3 23,9 3,8
4T 11,8 18,0 17,8 23,6 3,9
2018 1T 13,1 19,1 19,2 24,7 4,1
Fonte: PNAD Contínua

Amapá tinha a maior taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2018

No Brasil, a taxa de desocupação, no 1º trimestre de 2018, foi estimada em 13,1%. Este indicador cresceu 1,3 p.p. em relação ao 4º trimestre de 2017 (11,8%). Quando comparada com o 1º trimestre de 2017 (13,7%), houve redução de 0,6 ponto percentual.

Ao longo de toda série, o Nordeste apresenta as maiores taxas de desocupação, tendo registrado, no 1º trimestre de 2018, uma taxa de 15,9%. A região Sul teve a menor taxa (8,4%). Frente ao 4º trimestre de 2017, a taxa de desocupação aumentou em todas as regiões. O Nordeste teve a variação mais alta (2,1 p.p.) e o Sul, a menor (de 0,7 p.p.). Na comparação anual, este indicador recuou nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste e ficou estável no Nordeste e Sudeste.

As unidades da federação com as maiores taxas de desocupação, no primeiro trimestre de 2018, foram Amapá (21,5), Bahia (17,9%) Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%). As menores taxas de desocupação foram observadas em Santa Catarina (6,5%) Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).

Medidas de Subutilização da Força de Trabalho (%)
Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação  Taxa de Desocupação  Taxa  de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação  Taxa de desocupação e força de trabalho potencial  Taxa total de subutilização da força de trabalho  Taxa de Desalento na força de trabalho ampliada
1º trimestre 1º trimestre 1º trimestre 1º trimestre 1º trimestre
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Brasil 13,7 13,1 18,8 19,1 19,3 19,2 24,1 24,7 3,7 4,1
Norte 14,2 12,7 20,2 20,0 22,0 22,1 27,4 28,6 5,0 5,9
Rondônia 8,0 10,4 11,0 14,6 12,5 13,7 15,3 17,8 2,8 2,3
Acre 15,9 14,4 18,9 20,5 24,6 25,0 27,3 30,3 5,6 7,5
Amazonas 17,7 13,9 21,9 19,2 24,1 21,8 27,9 26,6 4,4 5,2
Roraima 10,3 10,3 14,8 14,7 18,8 19,0 22,9 22,9 4,0 5,6
Pará 13,8 12,2 22,2 22,2 23,1 24,1 30,6 32,7 5,7 7,2
Amapá 18,5 21,5 22,8 25,5 27,0 27,8 30,9 31,5 6,6 4,3
Tocantins 12,6 11,0 16,4 16,1 19,0 18,1 22,5 22,8 4,8 4,7
Nordeste 16,3 15,9 25,6 26,5 26,9 27,2 35,1 36,4 8,8 9,7
Maranhão 15,0 15,6 24,6 24,5 28,2 30,0 36,4 37,4 11,2 13,3
Piauí 12,6 13,2 29,7 28,3 25,7 27,0 40,3 39,7 10,1 11,2
Ceará 14,3 12,8 21,8 22,0 23,2 22,5 30,0 30,6 7,2 7,2
Rio Grande do Norte 16,3 14,9 24,8 25,1 27,2 27,4 34,6 36,1 8,9 10,1
Paraíba 13,2 11,7 23,2 21,9 24,7 23,7 33,4 32,5 9,4 10,3
Pernambuco 17,1 17,7 23,6 26,6 25,8 25,9 31,6 33,8 7,6 7,1
Alagoas 17,5 17,7 23,3 23,2 30,3 33,8 35,2 38,2 12,8 17,0
Sergipe 16,1 17,1 26,2 29,1 25,6 25,8 34,6 36,6 8,5 8,3
Bahia 18,6 17,9 29,5 30,9 29,1 29,3 38,6 40,5 8,2 9,7
Sudeste 14,2 13,8 17,8 18,1 17,5 17,3 21,0 21,4 1,8 1,9
Minas Gerais 13,7 12,6 19,4 19,2 19,0 18,3 24,4 24,4 3,2 3,4
Espírito Santo 14,4 12,5 17,3 16,4 17,6 16,3 20,3 20,0 1,6 1,8
Rio de Janeiro 14,5 15,0 16,1 17,2 16,4 16,9 17,9 19,0 0,8 0,8
São Paulo 14,2 14,0 17,7 18,0 17,2 17,1 20,5 21,0 1,5 1,5
Sul 9,3 8,4 12,6 12,4 12,0 11,3 15,3 15,2 1,2 1,1
Paraná 10,3 9,6 14,0 14,2 13,7 13,2 17,3 17,6 1,7 1,5
Santa Catarina 7,9 6,5 9,5 8,9 9,6 8,5 11,1 10,8 0,6 0,8
Rio Grande do Sul 9,1 8,5 13,2 12,8 11,9 11,3 15,8 15,5 1,1 1,0
Centro-Oeste 12,0 10,5 15,1 14,3 15,4 14,8 18,3 18,4 1,5 2,1
Mato Grosso do Sul 9,8 8,4 13,7 12,5 14,2 13,8 18,0 17,7 2,3 2,6
Mato Grosso 10,5 9,3 12,5 12,3 13,4 13,1 15,3 16,0 1,3 2,2
Goiás 12,7 10,2 15,8 14,4 16,2 14,2 19,2 18,1 1,6 2,0
Distrito Federal 14,1 14,0 17,3 17,6 16,5 18,4 19,6 21,9 0,7 1,6
Fonte: PNAD Contínua

Regiões Sul e Centro-Oeste têm maior nível da ocupação

O indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar (nível da ocupação) foi estimado em 53,6% no primeiro trimestre de 2018, o que representa uma redução de 0,9 p.p. em relação ao último trimestre de 2017 (54,5%) e uma expansão de 0,5 p.p. na comparação com o primeiro trimestre do ano passado (53,1%).

As regiões Sul (58,6%) e Centro-Oeste (58,3%) apresentaram os maiores percentuais de pessoas ocupadas entre aquelas em idade de trabalhar, enquanto o Nordeste apresentou o menor nível da ocupação (45,9%). Em relação ao último trimestre de 2017, houve redução desse indicador em todas as grandes regiões. Já frente ao primeiro trimestre de 2017, apenas a região Sul registrou retração; nas demais regiões, houve expansão.

Os maiores níveis de ocupação foram nos grupos etários de 25 a 39 anos (72,3%) e 40 a 59 (67,1%).

Percentual de trabalhadores por conta própria é maior no Norte e Nordeste

A população ocupada, no primeiro trimestre de 2018, estimada em 90,6 milhões de pessoas, era composta por 67,4% de empregados, 4,8% de empregadores, 25,3% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares.

Nas Regiões Norte (32,4%) e Nordeste (29,0%) o percentual de pessoas que trabalharam por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. Em contrapartida, na categoria dos empregados foi constatado que as Regiões Sudeste (70,5%) e Centro-Oeste (70,1%) apresentaram participação maior destes trabalhadores.

Em quatro das cinco regiões, o percentual de empregados com carteira assinada está menor que no primeiro trimestre de 2017

No 1º trimestre de 2018, 75,4% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 1,2 p.p. a menos que no 1º trimestre de 2017. Entre os trabalhadores domésticos, 30,0% tinham carteira de trabalho assinada; no mesmo trimestre do ano passado essa proporção era de 31,5%. As regiões Norte (62,9%) e Nordeste (59,7%) apresentaram-se em patamares inferiores aos das demais regiões. Por outro lado, a Região Sul (83,3%) atingiu o maior patamar. Em relação ao 1º trimestre de 2017, houve alta dessa estimativa apenas na região Norte (de 59,9% para 62,9%), e queda nas demais.

Mulheres permanecem minoria na população ocupada

No primeiro trimestre de 2018, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar tanto no Brasil (52,4%), quanto em todas as grandes regiões. Porém, entre as pessoas ocupadas, houve predominância de homens no Brasil (56,5%) e em todas as regiões, sobretudo na Norte (60,3%). Ao longo da série histórica da pesquisa este quadro não se alterou significativamente.

O nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 63,6% e o das mulheres, em 44,5%, no primeiro trimestre de 2018. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco Grandes Regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (22,7 pontos percentuais), e para o Sudeste, que apresentou a menor diferença (18,2 pontos percentuais).

Já na população desocupada, no primeiro trimestre de 2018, as mulheres eram maioria (50,9%). Em quase todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens, a exceção foi a Região Nordeste (47,3%). Na Região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior, elas representavam 52,8% das pessoas desocupadas.

A taxa de desocupação total do Brasil para o primeiro trimestre de 2018 foi de 13,1%, mas com diferenças significativas para homens (11,6%) e mulheres (15,0%). Esse comportamento foi observado nas cinco Grandes Regiões. As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho, tanto no país (65,2%) quanto em todas as análises regionais.

Taxas de desocupação dos pretos (16,0%) e dos pardos (15,1%) superam a dos brancos (10,5%)

O contingente dos desocupados no Brasil, no 1º trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população, com brancos (40,2%) e pretos (10,2%) a seguir. No 1º trimestre de 2018, esse contingente subiu para 13,7 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 52,6%; a dos brancos se reduziu para 35,2% e dos pretos subiu para 11,6%.

A taxa de desocupação, no primeiro trimestre de 2018, dos que se declararam brancos (10,5%) ficou abaixo da média nacional (13,1%), enquanto a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (15,1%) ficou acima. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,7%; a dos pardos a 9,1%, e a dos brancos era 6,6%.

No 1º trimestre de 2018, os pardos representavam 48,1% da população fora da força, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).

Rendimento médio permanece estável em todas as regiões

No 1º trimestre de 2018, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.169. Houve estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.173) como em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.169). Houve estabilidade estatística do rendimento médio em todas as regiões nesses dois tipos de comparação.

Fonte:  IBGE

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