Plano de fatiar reforma tributária cria desconforto entre os parlamentares
“Vamos começar pela simplificação tributária e depois vamos avançar na direção de organizarmos um sistema tributário mais fácil para o contribuinte, portanto mais simples, que custe menos para o contribuinte poder pagar corretamente os seus impostos – hoje nós temos um exército de funcionários nas empresas só cuidando de cumprir as tributárias – e também com uma tributação mais justa”, disse Barros, no plenário.
Ultimato
Na segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira deu um ultimato para o relator Aguinaldo Ribeiro apresentar o seu relatório Aguinaldo até agora não se manifestou publicamente, mas nos bastidores resistia em apresentar o texto sem saber o rumo da reforma na Câmara e quais os planos de Lira. Uma reunião deve acontecer entre os dois.
Uma das lideranças que não esconderam o incômodo sobre a reforma em etapas foi o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) “Nem o governo sabe, imagina eu…”, disse Ramos, quando questionado sobre as demais fases da reforma. Para ele, há risco de aumento da carga tributária.
Para o deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB na Câmara, não se pode adiantar qualquer decisão antes de discutir com os “atores” que estão envolvidos há muito tempo na reforma: “Não dá para definir outro trâmite sem consultá-los”, afirmou.
Em reunião com líderes esta semana, Lira defendeu o fatiamento da reforma, mas ficou de debater com seus técnicos e bancadas sobre o assunto e voltar a conversar depois. Um dos incômodos dos que não querem dividir a reforma em etapas é que na última fase está prevista a criação de um imposto sobre transações, uma nova CPMF, para reduzir os encargos cobrados das empresas sobre os salários dos funcionários. A criação de um novo imposto, sempre defendida por Guedes, desagrada muitos parlamentares e não tem viabilidade política.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.