Olho nos juros do consignado
INSS orienta aposentados a contratarem crédito com taxas abaixo do teto de 2,14%
Rio – Aposentados e pensionistas do INSS devem ficar atentos aos juros embutidos nos empréstimos consignados. Segundo o Ministério da Previdência, a maioria dos bancos e financeiras que hoje operaram o crédito com desconto direto em folha aplicam juros bem abaixo do teto estabelecido como limite pelo INSS, em 2,14% ao mês.
A orientação também foi usada como defesa pelo presidente do INSS, Mauro Hauschild, e representantes do Banco Central ontem na reunião do Conselho Nacional da Previdência. No encontro, aposentados do INSS e centrais sindicais pediram que os juros do crédito consignado passassem a acompanhar a queda sucessiva da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira — que já acumula redução de 37,5% nos últimos 12 meses.
LIMITE PARA SE ENDIVIDAR
O INSS também sinalizou a possibilidade de se criar um limitador para o número de empréstimos consignados feitos por segurados do instituto, bem como estabelecer regras para a quantidade possível de se renegociar as dívidas. O chamado ‘freio do endividamento dos aposentados’ se daria por meio da elaboração de um projeto de lei ou medida provisória, ainda a ser discutida e elaborada em conjunto com as centrais sindicais e as instituições representativas dos aposentados.
“A posição do INSS é que o aposentado pode tirar até seis empréstimos, sem ultrapassar a margem consignável (hoje de 30%). Mas, queremos que essa cota caia a metade. Precisamos de um sistema que evite o endividamento dos idosos e a infinita renegociação das dívidas. Sugerimos que só seja possível fazer uma renegociação se, pelos menos, 80% do empréstimo tenha sido pago”, defende Luiz Adalberto, representante da Confederação dos Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) no Conselho Nacional da Previdência.
Fim do fator pode sair em outubro
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), se comprometeu com a Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap) a votar a proposta que substitui o fator previdenciário em outubro, após as eleições.
Segundo a Cobap, Maia antecipou que o projeto está em discussão com o Ministério da Previdência e da Fazenda, mas que é preciso, ainda, que os aposentados pressionem o ministérios e os líderes da bancada governista por um consenso em torno do novo mecanismo, que soma idade e tempo de contribuição.
Fonte: O Dia