Nota de repúdio ao ministro Paulo Guedes, que comparou servidores públicos a parasitas

A Diretoria da ANFIP-SP – Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil em São Paulo – repudia veementemente as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, de maneira indecorosa, injusta e infeliz comparou os servidores públicos a parasitas.

Apesar de o ministro ter justificado que a fala foi tirada de contexto, não há contexto que explique uma comparação tão descabida, de forma e conteúdo, sobre cidadãos que contribuíram, contribuem e continuarão a contribuir para a devida prestação de serviço à população brasileira.

Pela definição biológica, um parasita vive em função de um organismo, obtendo dele alimento e, não raro, com consequências danosas ao hospedeiro. O outro sentido para parasita, este pejorativo, aponta um indivíduo que vive à custa alheia por pura exploração ou preguiça.

A qual das duas definições Paulo Guedes se referiu? Estas comparações são compatíveis de serem proferidas por um ministro de Estado? Desta forma ele se refere, não apenas aos Auditores-Fiscais, mas a professores, policiais, juízes, procuradores e todos os servidores estatutários, dos três poderes, das esferas municipal, estadual e federal.

Comparar servidores públicos a parasitas é um total desvirtuamento, já que, além de prestar serviços à população e ao Estado, estes contribuem mensalmente para a Seguridade Social, até mesmo os aposentados.

A reforma da Previdência foi apenas uma das diversas maldades elaboradas pelo Governo, que extinguiu o duplo teto da contribuição previdenciária para pessoas com doenças crônicas, e de elevou a contribuição para todos. Nesta esteira, ainda há a reforma Administrativa, onde se planeja alterar profundamente as relações de trabalho entre servidores e o Governo.

Os servidores públicos têm de se posicionar de maneira contundente contra essas arbitrariedades, buscar articulação no Congresso, e, com uma voz uníssona, defender os direitos conquistados ao longo dos anos com diversas lutas.

Porque, para além dos governos que vêm e vão, o servidor permanece. 

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