Maia: reforma da Previdência não avança porque deputados estão ‘machucados’

Presidente da Câmara avaliou que aliados do governo se desgastaram ao ajudar Temer a barrar denúncias da PGR. Presidente já avalia que reforma pode não ser aprovada ‘em todo o conjunto’.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta segunda-feira (6) que a reforma da Previdência Social não avança no Congresso porque os deputados da base estão “machucados”.

A proposta, enviada ao Congresso no ano passado, já foi aprovada por uma comissão especial. Mas, diante do impasse entre o governo e os deputados sobre o texto a ser votado, a reforma patina na Câmara.

“Nós passamos cinco meses aqui de muita tensão. Um desgaste para os deputados da base que votaram com o presidente, muito grande. Não adianta a gente negar. Os deputados estão machucados. Então, o governo precisa dar uma conversada com os lideres, dar uma reorganizada na base”, afirmou Maia.

Nesse período citado por Maia, a Câmara rejeitou as duas denúncias oferecidas pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

Com isso, os deputados livraram Temer de ser processado no Supremo Tribunal Federal e os dois processos contra ele só poderão ser analisados pela Justiça em 2019, quando ele deixar o mandato.

Aprovação ainda 2017

 

Desde que a segunda denúncia foi rejeitada, no último dia 25 de outubro, o governo passou a defender que a reforma da Previdência seja aprovada ainda neste ano.

Diante disso, Temer chamou ao Palácio do Planalto nesta segunda líderes de partidos que compõem a base aliada.

No discurso, o presidente disse que seguirá “empenhado” na aprovação da reforma e, mesmo que as mudanças não sejam aprovadas “em todo o conjunto”, ele acha ser possível “dar um avanço” (veja no vídeo acima).

 

Cenário ‘difícil’

 

Para Rodrigo Maia, porém, o atual cenário é “difícil” para o governo. Isso porque o Palácio do Planalto precisa de, pelo menos, 308 votos favoráveis à reforma para a proposta seguir para o Senado.

O presidente da Câmara avaliou também que, como a proposta gera “desgaste” aos deputados, o governo precisará reorganizar a base aliada.

“Tem que fazer a reforma para que essa transferência de renda dos mais pobres para quem ganha mais seja um sistema equilibrado. Fazer uma reforma menor e o macro ficaria para depois. Mas é preciso fazer alguma coisa”, acrescentou.

Fonte:  G1

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