Extensão real do rombo é questionada
O rombo nas contas da Previdência Social é um ponto que gera dúvidas e críticas entre o governo e especialistas. O governo anunciou que em 2015 o déficit foi de R$ 85 bilhões. Mas os números são contestados com base no anuário do próprio órgão previdenciário e também em informações da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).
A professora da Faculdades de Campinas (Facamp), Fernanda Serralha, afirmou que as receitas da Seguridade Social somaram R$ 694,39 bilhões e as despesas foram de R$ 683,06 bilhões. “O superávit foi de R$ 11,33 bilhões. O valor das despesas já inclui as DRUs (Desvinculação de Receitas da União) que chegaram a R$ 63,81 bilhões e R$ 41,74 bilhões de desonerações.Ainda assim, há superávit”, ressaltou.
Ela disse que o saldo positivo vem caindo nos últimos anos por fatores como o peso da conta negativa da previdência própria dos governos (servidores) e desonerações. “A Constituição define que o caixa da Previdência deve ser formado pela Seguridade Social que é Previdência, Saúde e Assistência Social. A previdência do funcionalismo público é deficitária, mas o governo não irá fazer mudanças significativas nela”, comentou.
Fernanda salientou que a reforma Trabalhista será um fator que vai impactar com força o caixa da Previdência Social nos próximos anos. “As mudanças nas contratações vão permitir que os trabalhadores deixem de contribuir com a Previdência em contratos temporários. Muitos trabalhadores vão acabar optando por não pagar a Previdência e o fato vai provocar uma queda de arrecadação”, disse.
Fonte: ANFIP