Em mensagem ao Congresso, Bolsonaro volta a pedir aprovação da reforma tributária

O presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Congresso nesta quarta-feira (2), em mensagem na reabertura do ano legislativo, um novo pedido para que os parlamentares aprovem a reforma tributária. A demanda já tinha sido incluída na mensagem de 2021.

Bolsonaro leu a abertura do documento em cerimônia no plenário da Câmara dos Deputados, ao lado dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux; do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“[…] Diversos projetos legislativos merecem atenção e análise do Congresso Nacional, neste ano de 2022, para a consecução dos programas e das políticas públicas em curso. Aqui, destacamos o da Portabilidade da Conta de Luz, o do Novo Marco Legal das Garantias e o da Reforma Tributária”, diz o texto lido pelo presidente da República.

Bolsonaro também incluiu trechos improvisados durante a leitura do documento. Defendeu as reformas trabalhistas que já foram aprovadas pelo Congresso nos últimos anos, se manifestou contra eventual revogação dessas regras, e também defendeu que o parlamento não aprove, nos próximos anos, regras de regulamentação dos meios de comunicação.

“Os senhores nunca me virão vir aqui nesse parlamento pedir para regulação da mídia e da internet. Eu espero que isso não seja regulamentado por qualquer outro poder. A nossa liberdade acima de tudo. Também nunca virei aqui para anular a reforma trabalhista aprovada por este Congresso. Afinal, os direitos trabalhistas continuam intactos no artigo 7º da Constituição. Sempre respeitaremos a harmonia e a independência dos poderes. Contamos uma vez mais com as senhoras e os senhores parlamentares para aprovação e a implementação dos projetos de que o Brasil precisa”, declarou, de improviso.

“Reafirmo, meus senhores: me sinto hoje parlamentar aqui também. Não deixemos que qualquer um de nós, quem quer que seja que esteja no Planalto central, ouse regular a mídia, não interessa por que, por qual intenção e objetivo. A nossa liberdade, a liberdade de imprensa garantida em nossa Constituição, não pode ser violada por quem quer que seja nesse país”, prosseguiu.

 

Congresso retoma trabalhos nesta quarta-feira (2)
Congresso retoma trabalhos nesta quarta-feira (2)
 
Pauta prioritária

Na mensagem lida em 2021, Bolsonaro apresentou uma “pauta prioritária” com oito projetos que seriam defendidos pelo governo junto ao Congresso. A lista incluía, além da reforma tributária, temas como a privatização da Eletrobras, a independência do Banco Central e o marco legal do saneamento.

Desta vez, a mensagem presidencial citou apenas três temas:

  • reforma tributária, enviada pelo governo em 2020 fatiada em diferentes projetos de lei;
  • marco legal das garantias, enviado pelo governo ao Congresso no fim de 2021 e que busca permitir, entre outras mudanças, que um mesmo imóvel possa ser apresentado como garantia em diferentes operações de crédito;
  • portabilidade da conta de luz, que autorizaria o consumidor doméstico de energia a escolher a empresa fornecedora de eletricidade.

A mensagem apresentada ao Congresso não lista, nessa introdução, temas que vêm sendo defendidos pelo governo em outras ocasiões – a reforma administrativa e as alterações temporárias na tributação para combater a alta dos combustíveis, por exemplo.

Valdo Cruz analisa a retomada dos trabalhos no Congresso nesta quarta (2)
Valdo Cruz analisa a retomada dos trabalhos no Congresso nesta quarta (2)
 
Retomada no Legislativo

Nesta quarta, deputados e senadores encerram um período de 40 dias de recesso.

Na retomada dos trabalhos, alguns temas devem concentrar as atenções, entre os quais:

No caso dos combustíveis, de um lado, os governos estaduais, que decidiram manter congelado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre os combustíveis, responsabilizam a Petrobras e o governo federal pela disparada dos preços aos consumidores.

Também devem entrar em pauta as discussões sobre a reforma tributária – proposta que não tem consenso entre a Câmara e o Senado – e sobre a agenda de costumes defendida pelo governo Bolsonaro.

A expectativa é que as votações ocorram até julho. Depois disso, Câmara e Senado devem ficar esvaziados.

Isso porque os parlamentares costumam ficar em suas bases eleitorais e priorizar as campanhas políticas, o que paralisa o trabalho legislativo.

 

 

Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2022/02/02/em-mensagem-ao-congresso-bolsonaro-volta-a-pedir-aprovacao-da-reforma-tributaria.ghtml

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