CUT admite greve geral contra Dilma

A tensão entre governo e sindicalistas da CUT, Central Única dos Trabalhadores, aumentou depois que a presidente Dilma Rousseff determinou, na última sexta-feira, o corte de ponto dos funcionários públicos federais, em greve há um mês. Nesta segunda-feira, representante da executiva da Central – aliada histórica do PT – ameaçaram com greve geral caso as conversações com o governo não avancem. “Não é com retaliação, com ameaça de corte de ponto e de salário que o governo vai resolver o conflito. Infelizmente, vai aprofundar o conflito.” – declara Pedro Armengol, Diretor Executivo da CUT.

“Já fizemos dezenas de reuniões desde março, e as conversas não evoluíram para uma contraproposta. Se essa situação perdurar, a CUT pode apoiar uma greve geral” – diz Armengol, que aguardava no sétimo andar do Ministério do Planejamento mais um encontro com Sérgio Mendonça, Secretário de Relações do Trabalho, encarregado das negociações, pelo lado do governo. A assessoria do Planejamento, no entanto, informou que Mendonça havia sido convocado para reunião de emergência na Casa Civil.

Os servidores de pelo menos 8 órgãos federais estão de braços cruzados. Eles pedem reposição salarial de 22%, entre outras reivindicações. O movimento vem desgastando a relação do governo Dilma com o setor – considerado importante base social da gestão petista. Dirigentes da CUT, que representa cerca de 40% da massa de trabalhadores sindicalizados, consideram a presidente “inflexível” e avaliam que houve “retrocesso” nas relações com o Planalto, desde a saída de Lula.

Líderes sindicais também reagem mal ao fato de Dilma associar a possível correção salarial dos servidores com o risco de fragilização da economia brasileira perante a crise mundial. “A discussão de reposição de perdas inflacionárias nos salários dos servidores públicos não levará o Brasil a nenhuma beira do abismo” – diz Armengol, citando expressão usada pela presidente.

Fonte: AGAFISP

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