Aumento em planos de saúde chegou a 382% em 18 anos
Os pesquisadores fizeram críticas ao modelo de cálculo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que, segundo conclusão, falhou na tentativa de regulação do serviço. A metodologia analisada teve início em 2001. “É preciso que a sociedade discuta o assunto, a fim de assegurar que os brasileiros não sejam prejudicados, principalmente porque a maioria do mercado continua desprotegida”, diz o pesquisador Carlos Ocké, coautor do estudo.
A análise aponta que a metodologia de cálculo do reajuste dos planos individuais era “cercada de controvérsias”. “Imaginou-se que os consumidores dos planos coletivos teriam capacidade de barganha para negociar os contratos com as operadoras e as administradoras de benefícios, mas, na prática, não foi isso que aconteceu. Observou-se, ao contrário, um aumento sistemático dos preços dos planos coletivos, os quais, por sua vez, embora não regulados, serviam de referência para o núcleo da política de reajuste de preços dos planos individual e familiar da ANS”, conclui o estudo do Ipea.
Para a melhoria do sistema de cálculo, os pesquisadores propõem estudos para a criação de outro índice de preços para todas as modalidades de planos de saúde. A proposta é que o novo índice tome como base a produção dos serviços médico-hospitalares, para servir de parâmetro, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do setor da saúde como referência para a política de reajuste.
A ANS alterou a metodologia de cálculo em 2018 – válido para este ano. O novo Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI) se baseia na variação das despesas médicas das operadoras nos planos individuais e na inflação geral da economia.
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A ANS considera tecnicamente inadequadas as comparações feitas entre o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e índices de preços ao consumidor, sejam eles gerais, como o IPCA, ou específicos.
Cabe destacar ainda que a nova metodologia de cálculo do índice anual de reajuste dos planos individuais, proposta pela ANS e vigente desde dezembro de 2018, já contempla, segundo o órgão, aspectos abordados pelos autores do estudo do Ipea.
A ANS reitera, por fim, que ouviu e debateu com todos os setores da sociedade as mudanças que resultaram no aperfeiçoamento da metodologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.