Auditoras Fiscais relatam histórias e barreiras de gênero para ascender na Receita Federal

Um debate extremamente importante no Dia Internacional da Mulher foi realizado nesta quarta-feira (8/3), numa iniciativa do Sindifisco Nacional em parceria com a ANFIP. Em uma Roda de Conversa, na sede da Associação, Auditoras Fiscais relataram seus desafios para ocupar cargos e espaços de poder na Receita Federal do Brasil, trazendo a público as várias barreiras de gênero às quais foram impostas, mesmo que sutilmente, ao longo da carreira.
 

Clair Maria Hickmann, Fátima Maria Gondim, Josete Silva, Andrea Costa Chaves e Luciana Barcarolo, todas Auditoras Fiscais, sim, possuem histórias que mostram como tiveram que se reafirmar em muitos momentos para, simplesmente, exercerem seus cargos na fiscalização. De maneira muito objetiva, resgataram na memória situações que hoje avaliam terem sido embates de gênero, mesmo que parecessem, no dia a dia, algo normal, o que mostra que o machismo estrutural sempre esteve presente no ambiente de trabalho.

Luciana Barcarolo, além de suas experiências, apresentou dados muito importantes do estudo A Lacuna de Autoridade, de Mary Ann Sieghart, que traz as definições de manterrupting (homem interrompe constantemente uma mulher)mansplaining (homem decida seu tempo para explicar algo óbvio) e broprianting (homem se aproria das ideias, invenções, iniciativas ou estudos de uma mulher), manifestações de autoridade que precisam ser reduzidas no ambiente social para que, trazendo à consciência, de homens e mulheres, haja equilíbrio nas relações.

As Auditoras trouxeram para a conversa exemplos de como são testadas em sua competência a todo momento, de como são confrontadas em suas ideias, de terem suas conclusões profissionais postas em dúvida ou apropriadas por terceiros, fatos que, reforçam, não são impostas aos homens. Falaram sobre conciliar vida familiar e trabalho, e dos enfrentamentos que a maternidade impõe na rotina profissional. Apesar das inúmeras situações enfrentadas no dia a dia, as Auditoras, com presença e opinião marcantes, ajudam a iluminar o caminho de tantas outras mulheres que ainda duvidam de sua grandiosidade.

As Diretoras da Fundação Anfip Margarida Lopes de Araújo Diretora Presidente, Maria Geralda Vitor Diretora Administrativa Financeira e Marinalva Azevedo dos Santos Braghini Diretora de Estudos, Planejamento e Projetos estavam presentes e distribuíram as cartilhas que foram produzidas na Fundação, uma delas aborda o tema “Direitos das Mulheres e a Lei Maria da Penha”.

O debate completo está na TV ANFIP e vale a pena ser revisto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Fale conosco!
X