Partido da base de Temer vai atacar reforma da Previdência em propaganda na TV

Fogo amigo Em meio ao esforço de comunicação do Planalto para vender a reforma da Previdência à população, o projeto vai se tornar alvo da própria base de Michel Temer na TV. O Solidariedade, do deputado sindicalista Paulinho da Força, vai gastar suas propagandas em rede nacional para atacar dois pilares do texto: a idade mínima de 65 anos e a exigência de 49 anos de contribuição. A veiculação, em abril, deve coincidir com a votação do relatório na comissão e com as discussões em plenário.

Estica e puxa Diante da pressão feita por parlamentares, o governo já admite ceder em pelo menos dois pontos da reforma: as regras de transição e a proposta de que o benefício de prestação continuada não tenha mais o mesmo valor do salário mínimo.

Mira Entre titulares e suplentes da comissão da reforma, cinco deputados em especial geram desconfiança no governo: Laerte Bessa, Capitão Augusto, Arnaldo Faria de Sá, Onyx Lorenzoni e Bebeto.

Para fora daqui O Planalto prefere vê-los longe das discussões do colegiado.

Cronologia O governo definiu no fim de semana a ordem de votação na Câmara das reformas econômicas. Quer ver na pauta o projeto sobre terceirização até a semana que vem, depois a flexibilização das leis trabalhistas e, por fim, a Previdência.

Aperitivo Com a troca recente em toda a sua equipe de articulação política, prefere começar com a proposta mais fácil para ir colhendo vitórias que sirvam como demonstração de força política.

Desse jeito Mesmo no hospital, Eliseu Padilha tem despachado os assuntos mais urgentes da Casa Civil pelo celular com integrantes da equipe. Até o fim da semana, o ministro deve receber uma leva de papéis para assinar.

Assim não Na reunião de líderes do Senado nesta terça (7), o PSDB vai bater o pé para não ser jogado pelo PMDB para a presidência das piores comissões da Casa — a de Transparência e a do Futuro.

Truco Para isso a sigla fala em abrir mão do acordo que lhe daria a Comissão de Assuntos Econômicos, desde que seja respeitada a regra de que as escolhas são feitas segundo o tamanho dos partidos. Isso dá aos tucanos uma comissão boa e outra média — e mela os planos do PMDB.

Operação padrão A defesa de Temer viu na menção às doações aos partidos aliados da chapa presidencial um “manancial” para pedir novas testemunhas para o processo de cassação e, assim, atrasar seu andamento.

Maré A estratégia será ajustada conforme os ventos dos depoimentos. Se as oitivas pesarem a mão contra Dilma Rousseff, Temer deve insistir na tese da separação.

Deixe assim O Ministério Público defendeu ao Supremo que seja recusado o pedido de PSDB e PMDB para anular o fatiamento do impeachment, o que evitou a inabilitação de Dilma. Rodrigo Janot não entra no mérito, mas diz que as siglas não são aptas para fazer o pedido.

Estilo Após evento do Lide, Gilberto Nascimento foi abordado por usar gravata do Snoopy. “Foi o governador que me deu”, disse, apontando para Geraldo Alckmin. Ele reagiu: “Agora com Doria, gravata está fora de moda!”.

Visitas à Folha Eduardo Navarro, presidente da Telefônica Brasil, visitou a Folha nesta segunda (6), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Gustavo Gachineiro, vice-presidente de Assuntos Institucionais, e de Júlio Gama, diretor de Comunicação Corporativa da empresa.

Marcos Arbaitman, presidente da Maringá Turismo e presidente do Conselho de Gestão do Turismo da Prefeitura de São Paulo, visitou a Folha nesta segunda (6). Estava com Sérgio Poroger, assessor de imprensa.


TIROTEIO

As comissões das reformas não podem ter integrantes que não têm compromisso com o país. Ou são governo ou não são.

DO DEPUTADO ANDRÉ MOURA (PSC-SE), líder de Michel Temer, sobre hipótese de membros das comissões trabalhista e da Previdência irem contra o governo.


CONTRAPONTO

Respeitem meus cabelos brancos

Em meio a uma apresentação no Tribunal de Contas de São Paulo, o conselheiro Antonio Roque Citadini mencionou a visita que recebeu de um colega em 1989:

— O então presidente da Corte de Contas da Itália, Giuseppe Carbone, visitou o TCE para falar sobre as funções do tribunal após a Constituição de 1988. Ele era bem velhinho, muito velhinho. E tinha o cabelo todo branco.

O presidente do tribunal, Sidney Beraldo, conhecido pela abundante cabeleira branca aos 66 anos, gesticulou em protesto. Citadini emendou:

— Não tem nada a ver com você, Beraldo. Esse era velhinho mesmo, bem velhinho.

Fonte: http://painel.blogfolha.uol.com.br

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