Juro do consignado do INSS abaixo dos 2,14% ao mês

Além das taxas, aposentados vão defender proposta que limita renovação da dívida

Rio – Aposentados do INSS vão enfrentar, amanhã, nova queda de braço com o governo para ver repassada a redução proporcional da Selic, taxa básica de juros, — que está em 7,5% ao ano — para o teto do empréstimo consignado — hoje em 2,14% ao mês. Os segurados vão exigir, ainda, a criação de limitador para a renovação das dívidas dos segurados do instituto, para evitar o assédio de intermediários das financeirasdos, os chamados ‘pastinhas’.

A ideia, que será debatida hoje no encontro do Grupo de Trabalho — antes de ser levada à reunião do Conselho Nacional da Previdência, marcada para amanhã — é permitir que os empréstimos sejam renegociados apenas duas vezes pelo período máximo de 60 meses, isto é, cinco anos. O limitador foi a fórmula encontrada para se tentar reduzir os níveis de endividamento dos aposentados.

“Precisamos frear a atuação dos ‘pastinhas’, os intermediários das financeiras, e acabar com esse assédio aos aposentados”, afirma Luiz Adalberto, representante da Confederação dos Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) no Conselho Nacional da Previdência Social.

A categoria também quer um novo corte no teto dos empréstimos consignados. A proposta é atrelar os juros do empréstimo voltado aos aposentados do INSS à Selic — que saiu de 12% em agosto de 2011 para 7,5% no mesmo período deste ano —, uma redução acumulada de 37,5%. Se as taxas fossem condicionadas à Selic, os aposentados poderiam contar com um teto de 1,53% ao mês.

MUDANÇAS EM ESTUDO

Alterar a forma com que os pastinhas são comissionados é outra saída estudada pela Confederação dos Aposentados (Cobap) a fim de reduzir o assédio aos segurados do INSS. Segundo Luiz Adalberto, a Cobap vai propor que os pastinhas recebam pela pontualidade no pagamento dos empréstimos fechados e não pelo número de contratos fechados.

“A mudança de cultura ajudaria os aposentados, já que conseguiríamos barrar essa competição por novos clientes, a todo o custo. Logo, os segurados seriam menos assediados e acabaríamos com o risco grande endividamento”, conclui.

Outra proposta a ser discutida na reunião é a regulamentação de saques por meio de cartão do crédito consignado.

Consumidores estão mais conscientes

Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Data Popular revela que a Classe C está mais consciente quando o assunto é dinheiro na conta. Dos 5.182 entrevistados, 58,7% mudariam de banco se o concorrente oferecesse taxas de juros mais vantajosas.

O estudo identificou ainda que mais da metade dos brasileiros (53%) acredita que os bancos públicos, Caixa e Bando do Brasil oferecem a menor taxa de juros do mercado financeiro. O grande destaque da pesquisa, no entanto, foi mostrar que o consumidor tem a percepção de que os juros estão baixando, principalmente nos bancos oficiais.

Segundo Wagner Sarnelli, sócio-diretor do Data Popular, a população enxerga que as instituições públicas estão se esforçando mais na oferta de taxas menores do que as privadas.

Outro dado importante da pesquisa é que mais da metade dos entrevistados reclamou que se sente prejudicada pela instituição financeira onde tem conta corrente e 71,7% deles disseram ser mal atendidos quando vão ao banco.

Fonte: O Dia

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