Grupo J&F dá garantia de R$ 1,5 bi, e MP suspende restrições da Greenfield

Operação apura fraudes em fundos de pensão; valor pode recompor rombo.

Diretores estavam proibidos de se falar, viajar e administrar as empresas.

O grupo J&F, holding detentora da JBS, firmou acordo com o Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal nesta terça-feira (13) para suspender as medidas cautelares impostas pela operação Greenfield, da Polícia Federal, que apura fraudes em fundos de pensão de estatais. Em troca, a empresa dará uma garantia de R$ 1,518 bilhão. O valor fica bloqueado e pode ser usado para recompor possíveis rombos aos fundos.

Desde o último dia 5, quando a operação foi deflagrada, os diretores do grupo J&F Joesley Mendonça Batista e Wesley Mendonça Batista estavam afastados das funções gerenciais e administrativas. Eles também tiveram bens e contas bancárias bloqueadas, segundo o MP.

O pedido de suspensão das medidas cautelares foi enviado à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília e acatado durante a tarde. Segundo o MP, os irmãos já estavam autorizados a reassumir o controle das empresas às 20h desta terça.

Agora, o grupo J&F tem até o dia 21 de outubro para depositar o valor em juízo, ou oferecer bens que correspondam à mesma soma. Além disso, os empresários se comprometeram a comparecer à Procuradoria da República no DF e à Polícia Federal sempre que necessário, mesmo que não haja uma solicitação formal.

Se o acordo for cumprido, as medidas cautelares contra os diretores e a empresa podem ser revogadas em definitivo. Da mesma forma, se qualquer ponto do acordo for descumprido, as restrições podem ser retomadas pela Justiça.

O valor da garantia foi calculado com base em um aporte de R$ 550 milhões feito pelos fundos de pensão Funcef (da Caixa) e Petros (da Petrobras) no fundo de investimentos FIP Florestal, em 2009. Segundo relatório técnico que compõe a investigação da Greenfield, os preços foram superestimados e a aprovação desses investimentos foi irregular.

O montante de R$ 550 milhões foi corrigido pela inflação anual do período, somada de 10,37% ao ano – a taxa interna de retorno do negócio investigado–, atingindo o R$ 1,518 bilhão previsto no acordo. Se o grupo J&F for condenado pelo caso, o dinheiro será usado para ressarcir os fundos de pensão.

Fonte: G1

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